Polícia Civil da Paraíba identifica padrão de abusos praticados por pediatra
9 ago 2024 - Paraíba
Central de Polícia Civil em João Pessoa — Foto: Edcarlos Santana
A Polícia Civil da Paraíba está avançando nas investigações sobre o médico pediatra Fernando Paredes Cunha Lima, suspeito de uma série de estupros de vulneráveis ao longo dos últimos 33 anos. Conforme o superintendente da Polícia Civil, delegado Cristiano Santana, os depoimentos coletados até o momento revelam um padrão de comportamento, um “modus operandi” praticado pelo médico, cujas vítimas eram meninas de 4 a 9 anos.
Os depoimentos das vítimas têm apresentado convergências significativas. Segundo o delegado Cristiano Santana, o suspeito agia principalmente em seu consultório, durante consultas de rotina. “A dinâmica era muito parecida. Existem similaridades entre os casos”, afirmou o delegado. Em geral, os abusos aconteciam quando o médico se aproveitava de momentos de distração das mães que acompanhavam as filhas.
Cristiano Santana destacou que o crime tem um agravante devido à quebra de confiança que o suspeito, na condição de pediatra, provocava nas famílias. “O crime nunca acontecia na primeira consulta. Havia uma relação de confiança na mãe que leva a filha num pediatra”, explicou o delegado.
Investigação e novas denúncias
A primeira denúncia formal contra Fernando Cunha Lima ocorreu no dia 25 de julho, quando uma mãe relatou ter flagrado o médico abusando de sua filha durante uma consulta. Desde que o caso se tornou público na última terça-feira (6), outras vítimas têm procurado a Delegacia de Repressão a Crimes contra a Infância e a Juventude para prestarem seus depoimentos.
Até o momento, seis vítimas já prestaram depoimentos formais, incluindo duas sobrinhas do pediatra. Embora os crimes contra elas já tenham prescrito, devido ao tempo transcorrido desde 1991, seus relatos têm contribuído para embasar o inquérito.
Defesa do pediatra
A defesa de Fernando Cunha Lima emitiu uma nota à imprensa declarando a inocência do médico, afirmando que ele está sendo “acusado injustamente”. A defesa também informou que ele está disposto a colaborar com as investigações, mas que ainda não o fez por motivos de saúde.
Repercussões
O caso teve grande repercussão desde que foi tornado público. Além das investigações da Polícia Civil, o Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) anunciou, na última quarta-feira (7), a abertura de uma sindicância para apurar as acusações contra o pediatra. A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de João Pessoa, onde Fernando Cunha Lima era diretor, decidiu suspender e afastá-lo de suas funções diretivas.
O inquérito segue em segredo de justiça, e as investigações continuam para esclarecer todos os detalhes e possíveis outras vítimas ao longo dos anos.
O POVO PB
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