Ruan Macário deixa presídio e vai para regime semiaberto com tornozeleira eletrônica após redução de pena

8 maio 2025 - Paraíba

Ruan Ferreira de Oliveira — Foto: Divulgação/ Redes sociais

O vendedor Ruan Ferreira de Oliveira, conhecido como Ruan Macário, condenado pela morte do motoboy Kelton Marques em um atropelamento no Retão de Manaíra, em João Pessoa, deixou o Presídio Padrão de Catolé do Rocha nesta quarta-feira (7) após ter sua pena reduzida e o regime prisional reavaliado.

De acordo com o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), Ruan progrediu para o regime semiaberto com uso de tornozeleira eletrônica. A decisão foi baseada em um novo julgamento que reclassificou o crime de homicídio qualificado para homicídio simples, reduzindo a pena para 8 anos e 4 meses. Com isso, o crime deixou de ser considerado hediondo, o que permitiu a progressão mais rápida, com apenas 25% da pena cumprida.

A juíza Juliana Accioly Uchôa considerou que o apenado já cumpriu mais de 50% da nova pena, somando o período em reclusão desde julho de 2022, dias remidos por estudo e trabalho e bom comportamento carcerário.

Sem unidade prisional adequada para esse regime em Catolé do Rocha, Ruan Macário cumprirá a pena com monitoramento eletrônico. Ele deverá permanecer em casa das 19h às 5h nos dias úteis, e das 14h do sábado até às 5h da segunda-feira, nos fins de semana. Em feriados, o recolhimento deve começar às 19h do dia anterior.

Além disso, está proibido de consumir bebidas alcoólicas, frequentar bares ou festas, e precisa morar no endereço informado à Justiça. Qualquer descumprimento pode levar ao retorno ao regime fechado.

A defesa de Ruan informou que ele está cumprindo regularmente a pena imposta e ressaltou que o processo envolve crime de trânsito com dolo eventual, ou seja, o agente não tem intenção direta de matar, mas assume o risco do resultado.

Família da vítima vai recorrer

O advogado da família do motoboy Kelton Marques, Luiz Pereira, afirmou que vai recorrer da decisão judicial que permitiu a progressão de regime. A intenção é restaurar a pena original de 13 anos e quatro meses e, se possível, ampliá-la.

“Nosso objetivo é que se faça justiça por completo. Não se trata apenas de uma pena, mas de responsabilidade por uma vida perdida de forma trágica”, declarou o advogado. Ele também confirmou que a pensão mensal à família de Kelton, determinada judicialmente em 2023, continua válida.

O caso

O acidente ocorreu na madrugada de 11 de setembro de 2021, quando Kelton Marques, de 33 anos, voltava do trabalho em sua motocicleta. Ele foi atingido por um carro em alta velocidade no cruzamento da Avenida Flávio Ribeiro Coutinho com a Rua Mirian Barreto, no Retão de Manaíra. A colisão arremessou a vítima, destruiu a moto e danificou o muro de um prédio.

Imagens de câmeras de segurança registraram o momento do impacto. Segundo a polícia, o veículo de Ruan continha latas de cerveja e entorpecentes, e ele fugiu sem prestar socorro. Após 10 meses foragido, ele se apresentou à polícia com o advogado e teve a prisão preventiva decretada.

Kelton era pai de duas filhas e morava em Santa Rita. O caso gerou forte comoção e mobilização por justiça nas redes sociais.

O POVO PB

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