Relatório da PF deve indicar que Bolsonaro sabia de plano de assassinato contra Lula, Alckmin e Moraes

21 nov 2024 - Brasil - Mundo

Polícia Federal — Foto: Divulgação

A Polícia Federal está em fase final de revisão de um relatório que aponta o suposto conhecimento do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre um plano de assassinato contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. A informação foi antecipada pela jornalista Débora Bergamasco e será enviada ao STF e à Procuradoria-Geral da República (PGR).

Fontes ligadas à investigação indicam que o relatório pode trazer revelações contundentes, gerando repercussão política e jurídica. No entanto, cabe ao STF decidir se o documento se tornará público.

Assessores próximos a Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente negou ter conhecimento do plano, mas optou por não se manifestar neste momento, aguardando o conteúdo oficial do relatório. A estratégia, segundo fontes, é evitar contradições até que sua defesa tenha acesso ao documento e possa traçar uma linha de ação mais clara.

A postura de Bolsonaro também inclui ações já conhecidas de sua política de comunicação: movimentar as redes sociais com assuntos de seu governo, buscando desviar o foco da narrativa pública em momentos de pressão.

Depoimento de Mauro Cid pode ser decisivo

Paralelamente, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, presta depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do STF. Segundo fontes próximas ao militar, ele estaria disposto a colaborar amplamente com a investigação, detalhando os bastidores do suposto plano.

Depoimento de Mauro Cid pode ser decisivo — Foto: Reprodução

Mauro Cid, que havia interrompido o silêncio nos depoimentos anteriores, mudou sua postura, possivelmente orientado por seus advogados. César Bittencourt, advogado do Cid, garantiu que ele abordará todos os pontos da investigação, incluindo possíveis implicações de outras figuras políticas, como o ex-ministro Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022. Braga Netto nega envolvimento.

A possibilidade de que o relatório confirme o conhecimento de Bolsonaro sobre o plano amplia as tensões no cenário político. Caso as informações sejam corroboradas, podem gerar investigações mais amplas envolvendo aliados do ex-presidente e afetar seu capital político e jurídico.

O depoimento de Mauro Cid, descrito como estratégico, pode se estender por horas e, dependendo de seu conteúdo, resultar em novos desdobramentos investigativos.

O POVO PB

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