Despejo de esgoto ou temperatura da água podem ter causado morte de peixes na orla de João Pessoa, aponta pesquisador
27 dez 2024 - Paraíba
Despejo de esgoto ou temperatura da água podem ter causado morte de peixes na orla de João Pessoa, aponta pesquisador — Foto: Reprodução
A morte de mais de 200 peixes no litoral da Grande João Pessoa ganhou repercussão nesta semana, com novos casos sendo reportados a cada dia. As autoridades ainda trabalham para entender a causa dessa mortalidade em massa, e, embora as investigações estejam em projetos iniciais, já foram levantadas algumas hipóteses sobre os possíveis fatores que levaram ao evento.
A situação começou a chamar a atenção no dia 26 de dezembro, quando cerca de 130 peixes mortos foram encontrados ao longo da costa. Desde então, o número aumentou, ultrapassando a marca dos 200 exemplares. Grande parte dos peixes estava em estágio avançado de composição, o que dificultava a identificação imediata da causa. Alguns desses animais foram levados para análise na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), na tentativa de descobrir os responsáveis por essa mortalidade.
Em entrevista à equipe de O POVO PB, João Paulo Capredes, professor de Sistemática e Ecologia da UFPB, explicou que as investigações estão em andamento e que, em parceria com a Sudema (Superintendência de Administração do Meio Ambiente), a equipe está tentando descobrir o que pode ter acontecido. Ele apontou duas hipóteses principais para a morte dos peixes.
A primeira delas é a possibilidade de poluição provocada pelo despejo de afluentes de bares, hotéis e residências localizadas próximas à orla. Esse tipo de desespero pode provocar a proteção de algas e bactérias, ou que, por sua vez, pode reduzir o oxigênio disponível na água, levando os peixes à morte.
A segunda hipótese, que o professor acredita ser a provável, é o aumento abrupto da temperatura da água. Com o aquecimento global e a elevação das temperaturas oceânicas nos últimos 40 anos, qualquer variação significativa na temperatura da água pode afetar a saúde dos ecossistemas marinhos. A temperatura mais alta da água diminui a concentração de oxigênio, o que torna a sobrevivência dos peixes mais difícil, principalmente os mais sensíveis às mudanças.
Capredes ressaltou que, embora o aumento da temperatura da água já seja um esperado para esta época do ano, é possível que a variação tenha sido mais intensa do que o habitual, o que teria exacerbado o problema. “Os peixes nativos são mais suscetíveis a essas alterações rápidas de temperatura”, afirmou o professor.
A UFPB, em parceria com outras entidades, continuará monitorando a situação e, segundo Capredes, espera-se que as primeiras respostas mais concretas sobre as causas da morte dos peixes sejam divulgadas até o meio de janeiro ou começo de fevereiro de 2025.
O POVO PB
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