Braiscompany: empresário paraibano Antônio Ais consegue prisão domiciliar na Argentina
21 maio 2024 - Paraíba
Antônio Ais Neto em uma das sedes da empresa — Foto: Divulgação/Braiscompany
O empresário paraibano Antônio Inácio da Silva Neto, mais conhecido como Antônio Neto Ais, dono da Braiscompany, obteve nesta terça-feira (21) uma autorização da Justiça da Argentina para ser transferido de forma imediata para prisão domiciliar. Ele estava detido na sede da Interpol em Buenos Aires desde 29 de fevereiro deste ano, aguardando a análise de um pedido de extradição por parte do Brasil. Agora, essa espera acontecerá em casa, na companhia da esposa Fabrícia Farias Campos e dos filhos de 9 e 11 anos.
De acordo com a decisão do Juizado Criminal e Correcional Federal da Argentina, Antônio Neto Ais não poderá sair de sua residência na Argentina em nenhum momento e será monitorado para evitar tentativas de fuga. Autoridades locais foram notificadas para reforçar a segurança em portos e aeroportos.
Condenação e circunstâncias da prisão domiciliar:
Antônio Neto Ais e sua esposa, Fabrícia Farias Campos, foram condenados pela Justiça do Brasil a penas de 88 anos e 61 anos, respectivamente. Ambos são considerados culpados por crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais, com prejuízos estimados em R$ 1,5 bilhão aos ex-clientes.
Os dois eram foragidos desde fevereiro de 2023 e foram presos em território argentino um ano depois. No dia seguinte à prisão, Fabrícia foi colocada em prisão domiciliar para cuidar dos filhos. Agora, a mesma decisão foi estendida a Antônio, com base na necessidade de assistência aos filhos e na condição de saúde de Fabrícia, que sofre de hipertensão e ataques de pânico, conforme laudos médicos apresentados pela defesa.
Operação Halving e sentenças:
A Braiscompany foi alvo de uma operação da Polícia Federal no dia 16 de fevereiro de 2023, destinada a combater crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais. A operação, denominada Halving, ocorreu nas sedes da empresa em Campina Grande, João Pessoa e São Paulo.
A empresa, liderada por Antônio Neto Ais e Fabrícia Farias Campos, especializava-se em gestão de ativos digitais e tecnologia blockchain. Investidores convertiam seu dinheiro em ativos digitais, que eram “alugados” para a companhia. Os rendimentos prometidos pela Braiscompany atraíam clientes devido às altas taxas de retorno, além da imagem de sucesso promovida por Antônio Neto Ais.
No dia 13 de fevereiro de 2024, o juiz da 4ª Vara Federal em Campina Grande, Vinícius Costa Vidor, publicou sentenças do processo envolvendo a Braiscompany. Além do casal, outros nove réus foram condenados, totalizando um montante a ser reparado de R$ 277 milhões em danos patrimoniais e R$ 100 milhões em dano coletivo.
Decisão de transferência para prisão domiciliar:
A Justiça da Argentina acatou o pedido dos advogados de Antônio Neto Ais, que alegaram a necessidade de ele auxiliar no cuidado aos filhos devido à condição de saúde da esposa e à ausência de uma rede de apoio na Argentina. A decisão também considerou o estágio inicial do processo de extradição, o que poderia prolongar a detenção e impactar negativamente a vida dos filhos do casal.
As autoridades brasileiras ainda não forneceram todos os documentos solicitados pela Justiça argentina para a análise do pedido de extradição, indicando que o trâmite pode se estender por um longo período.
A transferência de Antônio Neto Ais para prisão domiciliar foi considerada a melhor medida para garantir os direitos e o bem-estar dos filhos do casal, proporcionando cuidados e apoio emocional essenciais para o seu desenvolvimento.
O POVO PB
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