Caso Padre Zé: Venezuelanos em abrigos em João Pessoa reivindicam melhor assistência após afastamento do Padre Egídio
27 nov 2023 - ParaíbaOs líderes indígenas da etnia Warao, venezuelanos abrigados em João Pessoa, cobram pela melhor assistência nas condições em que vivem, após o afastamento do padre Egídio de Carvalho, responsável pela gestão do convênio da Ação Social Arquidiocesana (ASA). A prisão dos religiosos, suspeitos de desvio de verbas do Hospital Padre Zé e da ASA, desencadeou uma mudança na dinâmica de apoio aos refugiados.
Os venezuelanos apontam a falta de acesso a materiais essenciais de higiene e limpeza como um dos principais problemas. Ramón Gómez Quinonez, líder do abrigo do Centro, relata que desde a gestão pela ASA, que fornecia alimentação, fraldas, itens de higiene e limpeza, uma situação piorou. Agora, com o governo administrando, a entrega desses itens cessou, e os alimentos oferecidos são considerados insuficientes.
A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano (SEDH), após a saída da ASA, assumiu parte do fornecimento de insumos aos indígenas Warao nos abrigos. A alimentação é garantida por contrato emergencial até dezembro de 2023, mas persistem problemas com a falta de itens de higiene e limpeza.
A superlotação nos abrigos já era um problema prévio, anunciado em agosto de 2023, juntamente com questões estruturais, como infiltrações e problemas nas instalações sanitárias. O padre Egídio atribuiu parte desses problemas aos próprios venezuelanos, acusando-os de danificar as instalações.
O caso do padre Egídio está relacionado à Operação Indignus, na qual ele e ex-diretores do Hospital Padre Zé são acusados de desviar cerca de R$ 140 milhões. As prisões, determinadas pelo desembargador Ricardo Vital, buscavam evitar novas fraudes. A defesa do padre buscou recursos para prisão domiciliar, questionando a justificativa de interferência à Justiça apresentada pelo Gaeco.
Enquanto isso, os refugiados Warao enfrentam desafios diários, aguardando melhorias nas condições de vida nos abrigos de João Pessoa. A SEDH prometeu retomar a entrega de itens de higiene e limpeza em breve, mas a situação permanece delicada para essa comunidade em busca de apoio e assistência.
O Povo PB
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