Investigação aponta luxos e gastos exorbitantes de Padre Egídio com verba do Hospital Padre Zé
17 nov 2023 - Paraíba
Padre Egídio tem mandado de prisão decretado, em João Pessoa — Foto: Reprodução/Redes sociais
A prisão do padre Egídio de Carvalho Neto revela um enredo de luxo e gastos desproporcionais em sua vida, segundos detalhes expostos na decisão judicial que fundamentou sua detenção preventiva. O religioso é acusado de ser proprietário de 29 imóveis de alto padrão espalhados pela Paraíba, Pernambuco e São Paulo, além de realizar despesas milionárias em vinhos, obras de arte e decorações.
Detido nesta sexta-feira (17), após passar por audiência de custódia e ter prisão mantida, Egídio foi encaminhado à Penitenciária Especial de Valentina de Figueiredo, em João Pessoa.
Ele foi diretor do Hospital Padre Zé, vinculado ao Instituto São José, e também administrava a Ação Social Arquidiocesana. As instituições receberam recursos públicos e doações, suspeitando-se que esses valores eram desviados para “construir uma fortuna em benefício” do padre.
A decisão judicial destaca que os crimes imputados a Egídio são dolorosos e podem resultar em pena privativa de liberdade superior a quatro anos. A investigação aponta para um esquema que começou em 2013 e perdurou até setembro deste ano.
Jannyne Dantas Miranda e Silva, ex-diretora administrativa, e Amanda Duarte Silva Dantas, ex-tesoureira do Hospital Padre Zé, também cumpriram mandados de prisão expedidos.
Os gastos do padre, mesmo com um salário líquido de cerca de R$ 16 mil, incluíam mensalidades de curso de medicina numa faculdade particular de São Paulo para um sobrinho, no valor regular de R$ 13 mil por mês.
A investigação revela que um carro avaliado em R$ 122 mil foi adquirido à vista com verba pública destinada ao Instituto São José. Egídio também pagou reformas e decorações de imóveis com orçamentos vultosos, incluindo eletroeletrônicos e peças de decoração incompatíveis com sua renda.
Houve despesas excessivas com móveis de luxo, imagens sacras, cristais, adornos antigos e “relíquias religiosas de valores elevados”. Em um único dia, às vésperas das festividades de São João de 2022, o religioso teria gasto R$ 29.024,13 em vinho, totalizando R$ 109.980,00 ao longo do ano com o produto.
A investigação aponta saques vulneráveis para aquisição de itens de decoração, um projeto de arquitetura para construção de um Salão de Lazer e Estúdio com suíte em Bandeirantes, no Paraná, e outras despesas que apontam para a ampliação de seu patrimônio pessoal.
OPovoPB
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