Júri Popular: promotora do MPPB pede condenação do corretor de imóveis acusado de matar taxista, em João Pessoa
23 mar 2022 - Paraíba
Corretor de imóveis condenado por matar taxista e passa a cumprir regime semiaberto, em João Pessoa — Foto: Reprodução
Durante a audiência de instrução do réu Gustavo Teixeira Correia, acusado de matar a tiros o taxista Paulo Damião, a promotora de justiça do Ministério Público da Paraíba (MPPB), Artemise Leal Silva, disse que as provas contra Gustavo Teixeira são suficientes para que o réu seja condenado no júri popular.
“Pelo dito aqui, para a defesa, era para o senhor Damião ter morrido a míngua, eles querem saber a hora exata da morte, quem fez as massagens cardiorrespiratórias. Aqui tá igual um balcão de negócios! O crime foi abalo à ordem pública”, avaliou a promotora.
A promotora ainda ressaltou que o crime foi doloso contra a vida, ou seja, aquele que ocorre com intenção de matar. “A posição do Ministério Público está mantida, pedindo a pronúncia do réu e que ele seja condenado pelo júri. Diante das evidências nos autos, não resta dúvida de que ele praticou o crime de maneira fútil”, afirmou a promotora.
A promotora respondeu ainda críticas feitas pela defesa de Gustavo que acusou o MPPB pelo trabalho realizado, fez críticas a divulgação da imprensa e reforçou que um cidadão que prestou os primeiros socorros deveria ser indagado em juízo.
“Sabe quem sentou no banco dos réus hoje? Todo mundo. O perito, imprensa, advogados, menos o Gustavo Teixeira. Até a imprensa sentou no banco dos réus, porque não tem direito de informar. É mordaça?”, questionou Dra. Artemise.
Ainda segundo a promotora de justiça, até o IPC da Paraíba foi questionado. Quando a defesa designou uma perita. “Lúcia Teixeira, a perita contratada pela defesa é tia do Gustavo Teixeira. Diga que é mentira minha. Ninguém aqui é menino trouxa ou idiota. O Ministério Público da Paraíba trabalha e trabalha muito. Hoje eles estavam fazendo a maior engenharia para inocentar o acusado”, concluiu a promotora.
A defesa de Gustavo, no entanto, continuou questionando a divulgação da imprensa naquilo que chama de ‘apresentar aquilo que dá ibope’, assim como questionou a atuação da promotora de justiça durante os três anos do caso.
Vídeo:
O crime
O crime aconteceu no bairro do Bessa, em João Pessoa, no dia 15 de fevereiro de 2019. Segundo a Polícia Militar informou, à época, o réu estava bêbado e estava sendo levado para casa por um motorista de transporte por aplicativo. Ao chegar perto do destino, se irritou com o taxista, Damião, que estaria demorando para realizar a manobra do veículo.
Ainda de acordo com a polícia, o acusado reclamou com a vítima, que respondeu à reclamação com um xingamento. Gustavo desceu do carro em que estava e atirou seis vezes contra Paulo, fugindo a pé para casa, onde se trancou no local com a esposa. Ele foi preso após cinco horas de negociação com a polícia.
O taxista Paulo Damião era casado e pai de dois filhos. Segundo o irmão dele, o taxista nunca tinha se envolvido em confusões no trânsito, mesmo estando diariamente dirigindo o táxi.
À época, imagens de câmera de segurança de um supermercado registraram o momento do crime, a ação durou nove segundos.
Durante a manobra, o motorista de aplicativo que está dirigindo para Gustavo aproxima muito o veículo, e então o taxista pede que ele se afaste. A partir daí, o corretor desce para falar com o taxista. Depois de nove segundos de discussão, ele levanta a camisa, saca a arma e atira várias vezes.
Após o crime, ele sai caminhando normalmente em direção à casa dele, que fica a cerca de 50 metros do local da confusão. Ele só foi preso depois de cerca de cinco horas de negociação com a polícia.
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