Mulher vítima de feminicídio tinha solicitado medida protetiva uma semana antes do crime, mas ameaças persistiam
22 set 2023 - Paraíba
Secretário de comunicação de Belém mata esposa e comete suicídio — Foto:
Reprodução
Betinho Barros, também conhecido como Oberto Nóbrega de Barros Oliveira, autor do feminicídio ocorrido na noite de quinta-feira (21) no município de Belém, no Agreste da Paraíba. Segundo informações obtidas do boletim de ocorrência registrado pela vítima, Rayssa Kathylle de Sá Silva, de 19 anos, antes da tragédia o agressor teria enviado ameaças e perseguido a ex-esposa.
O pesadelo de Rayssa começou na semana anterior ao feminicídio, quando ela denunciou e solicitou medidas protetivas contra Betinho Barros na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher de Guarabira. A jovem relatou que o acusado não aceitava a separação e a assediava persistentemente por meio de telefonemas e mensagens de texto ameaçadoras. Nas mensagens, o agressor chegou a afirmar que estava vendendo os móveis da casa visando adquirir uma arma para cometer o homicídio. As mensagens diziam, entre outras coisas: “Vou matar você e deixar sua filha sem mãe e sem pai. Vou na sua universidade pegar você lá. Estou vendendo os móveis da casa para comprar uma arma e lhe matar. Estou ficando descontrolado.”
Rayssa continuou a receber ligações e mensagens ameaçadoras, inclusive durante o registro da denúncia. Um investigador presente durante o depoimento interveio ao atender uma das ligações, alertando Betinho Barros de que não deveria manter qualquer tipo de contato com a vítima, sob a ameaça de solicitar a prisão preventiva do agressor caso ele desobedecesse à ordem.
Apesar da advertência, o acusado persistiu no envio de mensagens de texto, desafiando as ordens das autoridades e mantendo sua postura ameaçadora. Em suas mensagens subsequentes, ele afirmou: “Tu tá aonde? Diga a ele que pode pedir a prisão. Mostre a foto de onde você está. Tu acha que eu caio nessa? Agora tu espera, não tem mais volta, estou vendendo as coisas já.”
As medidas protetivas de urgência solicitadas por Rayssa foram concedidas no dia seguinte, em 14 de setembro. O juiz determinou o afastamento de Betinho Barros do lar ou local de convivência da vítima, proibindo qualquer aproximação, estabelecendo um limite mínimo de 200 metros. O agressor também foi proibido de contatar Rayssa por meio de ligações telefônicas, mensagens de texto, e-mail ou qualquer outro meio de comunicação.
Infelizmente, as denúncias à polícia e as medidas protetivas não foram suficientes para evitar a tragédia. Na noite de quinta-feira (21), Betinho Barros tirou a vida de Rayssa a tiros na casa da mãe dela e, em seguida, cometeu suicídio. O casal estava em processo de divórcio, e a polícia ainda não determinou como ele conseguiu acessar a residência.
Tragédia no Brejo Paraibano: secretário de comunicação de Belém mata esposa e comete suicídio
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