O que se sabe sobre o influenciador paraibano Hytalo Santos investigado por exploração de menores

Hytalo Santos — Foto: Divulgação

O influenciador digital Hytalo Santos é investigado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por suposta exploração e exposição de menores de idade em conteúdos produzidos para redes sociais. O caso ganhou repercussão nacional após denúncias do youtuber Felca, que apontou práticas de “adultização” de crianças e adolescentes.

Desde o dia 6 de agosto, quando Felca publicou um vídeo sobre o assunto, Hytalo passou a ser alvo de medidas judiciais na Paraíba. Entre elas, estão a suspensão de suas redes sociais, desmonetização de conteúdos, proibição de contato com as vítimas e buscas e apreensões em endereços ligados ao influenciador.

Na terça-feira (12), a Justiça determinou o bloqueio das redes sociais do investigado e autorizou a desmonetização de vídeos publicados nas plataformas digitais. Segundo a promotora Ana Maria França, a medida busca evitar que conteúdos envolvendo menores gerem lucro para o influenciador.

A mesma decisão proibiu que Hytalo mantenha qualquer tipo de contato com adolescentes citados nos processos, medida de caráter provisório.

Na quinta-feira (14), a Justiça autorizou a apreensão de celulares e um computador na residência do influenciador, em João Pessoa. A ação ocorreu após mandado de busca e apreensão ter sido frustrado no dia anterior, quando o imóvel estava fechado.

O MPPB e o MPT também solicitaram à Loteria do Estado da Paraíba (Lotep) a suspensão das atividades de uma empresa de rifas e sorteios associada a Hytalo, acusando o uso irregular de imagens de menores na promoção comercial. A Lotep informou que o influenciador atuou apenas como divulgador contratado.

O que diz a defesa

A defesa de Hytalo afirmou que ele “não tinha conhecimento da execução de mandado de busca e apreensão” em um de seus endereços e que está à disposição da Justiça para prestar esclarecimentos. O influenciador nega todas as acusações e declara que “jamais compactuou com qualquer ato atentatório à dignidade de crianças e adolescentes”.

O MPPB conduz o caso em duas promotorias distintas:

• Bayeux – conduzida pela promotora Ana Maria França, investiga denúncias de vizinhos sobre festas com adolescentes, consumo de bebida alcoólica e topless em condomínio onde Hytalo residia;

• João Pessoa – sob responsabilidade do promotor João Arlindo, apura possível esquema para obtenção de emancipação de menores em troca de presentes, como celulares, para familiares.

Segundo o promotor João Arlindo, o relatório do inquérito será finalizado na próxima semana. Em ambas as frentes, o influenciador foi ouvido e negou as acusações.

O Ministério Público do Trabalho informou que analisou mais de 50 vídeos publicados nas redes de Hytalo e colheu 15 depoimentos de pessoas envolvidas na produção de conteúdo. O procurador Flávio Gondim destacou que o material foi examinado “de maneira criteriosa”, incluindo documentos e declarações de ex-colaboradores.

As investigações continuam e tramitam sob sigilo judicial.

O POVO PB

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