Operação Contragolpe: agente da PF teria passado dados da segurança de Lula; defesa nega
25 nov 2024 - Brasil - Mundo
O presidente Lula (PT) — Foto: Edcarlos Santana
A Polícia Federal colocou o agente Wladimir Soares na mira da Operação Contragolpe, após descobrir que ele repassou informações provisórias sobre a segurança do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. O caso, que está sendo investigado no contexto de uma tentativa de golpe de Estado, revela que o agente teria colaborado diretamente com a intenção golpista, forneceu dados cruciais para os golpistas, inclusive sobre a equipe de segurança de Lula e a presença de policiais táticos.
De acordo com o inquérito, Wladimir Soares enviou, em 2022, mensagens para o capitão da reserva Sérgio Rocha Cordeiro, assessor de Bolsonaro, informando detalhes sobre a segurança de Lula. Entre as mensagens, o agente se colocou à disposição para apoiar um possível golpe, expressando apoio à ruptura institucional.
O envolvimento de Wladimir foi identificado após investigações da Polícia Federal, que apuraram a troca de mensagens em que o agente ofereceu informações sobre a segurança de Lula. Em uma dessas mensagens, ele detalhou a presença de uma equipe de segurança especial do COT (Comando de Operações Táticas) próximo ao hotel em que Lula estava hospedado em Brasília. Além disso, em outros áudios interceptados, Wladimir expressou seu apoio à causa golpista e solicitou a possível atuação das forças de segurança no caso de uma tentativa de golpe.
“Eu e minha equipe estamos com todo equipamento pronto para ajudar o defensor do Palácio e o presidente. Basta a canetada sair!” disse Wladimir em 20 de dezembro de 2022, em uma mensagem enviada ao capitão Cordeiro.
O caso gerou grande repercussão, e a Polícia Federal considera que o agente agiu de forma ilegal ao fornecer informações sensíveis à segurança do presidente eleito. A investigação também revelou que Wladimir colaborou com um grupo que esperava ações extremas, como o envenenamento e o uso de bombas, para assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Em defesa de Sérgio Rocha Cordeiro, o criminalista Luiz Eduardo Kuntz afirmou que o capitão “não tem qualquer envolvimento com os fatos expostos”, destacando que as mensagens enviadas a Cordeiro não foram respondidas por ele nem por membros de sua equipe.
A Operação Contragolpe foi deflagrada na terça-feira (19), com foco em um grupo que tentava orquestrar a tomada de poder após as eleições de 2022. O agente Wladimir Soares foi preso juntamente com quatro militares, incluindo um general reformado, suspeitos de planejamento o assassinato de figuras políticas para viabilizar a execução do golpe. A PF iniciou sua investigação sobre Wladimir Soares a partir de acusações encontradas na Operação Venire, que investiga fraudes na carteira de vacinação de Bolsonaro e seus aliados.
As investigações seguem em andamento e podem resultar em mais detenções, uma vez que a PF considerou que Wladimir e outros membros da Polícia Federal não estavam envolvidos em informações completas que poderiam facilitar as ações do grupo golpista.
O POVO PB
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