Pesquisadores da UFPB descobrem nova espécie de cupim na Caatinga do Sertão da Paraíba

20 out 2025 - Paraíba

Espécie batizada de Triclavitermes catoleensis foi identificada em Catolé do Rocha e destaca a importância da conservação da Caatinga, afirmam pesquisadores da UFPB — Foto: Divulgação

Uma nova espécie de cupim foi descoberta por pesquisadores paraibanos no município de Catolé do Rocha, no Sertão da Paraíba. Batizada de Triclavitermes catoleensis, em homenagem à cidade, a espécie é nativa da Caatinga e desempenha um papel ecológico essencial como decompositora de matéria orgânica, segundo informações do Laboratório de Termitologia (LabTermes) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Os pesquisadores destacam que o inseto não possui potencial de praga urbana, mas tem importância fundamental para o equilíbrio ambiental do bioma. O nome do gênero faz referência à ornamentação da armadura do cupim, cuja forma lembra armas medievais, característica que inspirou a denominação científica.

A primeira amostra da nova espécie foi coletada ainda no ano 2000, no distrito de São José da Mata, em Campina Grande. Após análises morfológicas detalhadas, os cientistas confirmaram se tratar de um novo gênero e espécie de cupim. Contudo, apenas 25 anos depois, com novas coletas realizadas em diferentes expedições de campo, a espécie foi oficialmente descrita e registrada em Catolé do Rocha, que passou a ser a localidade-tipo — referência geográfica para a descrição científica.

De acordo com o professor doutor Alexandre Vasconcellos, coordenador da pesquisa, a descoberta reforça a importância de ampliar os estudos sobre a fauna de cupins no Brasil, especialmente no Nordeste.

“Ao divulgar essa descoberta, destacamos a riqueza e a singularidade da biodiversidade da Caatinga e reforçamos a necessidade urgente de conservar os ecossistemas únicos nela existentes”, afirmou o pesquisador.

As coletas em Catolé do Rocha foram realizadas no Monte Tabor, um dos principais pontos turísticos do município, que possui uma área de mata relativamente preservada. O material coletado será integrado à Coleção de Térmitas da UFPB, que reúne exemplares estudados ao longo de mais de 30 anos de pesquisas.

Os cupins foram preservados em etanol a 80%, técnica que mantém a integridade das estruturas morfológicas para futuras análises científicas.

“A Caatinga, com sua flora e fauna únicas, merece mais atenção e proteção. A descoberta desta nova espécie de cupim nos mostra que a biodiversidade desse bioma é muito mais rica e complexa do que imaginamos”, completou Vasconcellos.

Além do professor Alexandre Vasconcellos, participaram da pesquisa os cientistas Renan Rodrigues Ferreira, Antônio Carvalho, Emanuelly Félix de Lucena e Rozzanna Esther Cavalcanti Reis de Figueiredo. O estudo conta com financiamento da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com apoio dos governos estadual e federal.

O POVO PB

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