Polícia Civil indicia quatro pessoas por esquema de diplomas falsos para professores na Paraíba; prejuízo chega a R$ 2,4 milhões
8 set 2025 - Paraíba
Sirene, polícia, giroflex, viatura — Foto: Edcarlos Santana/OPovoPB
Quatro pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil da Paraíba por envolvimento em um esquema de emissão de diplomas falsos para professores, que causou um prejuízo estimado em R$ 2,4 milhões. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (8).
De acordo com as investigações, os indiciados são:
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Eraldo Alves de Sousa – dono da empresa e apontado como líder da organização;
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Antônio de Jesus – operador e responsável pela falsificação dos documentos;
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Olavo e Eri – operadores de captação de vítimas.
Eles vão responder pelos crimes de associação criminosa, estelionato, falsidade documental e publicidade enganosa.
Segundo a Polícia Civil, o grupo usava a fachada de uma empresa em Campina Grande para atrair professores interessados em cursos de mestrado e doutorado. Os investigados prometiam que os diplomas teriam validade no Brasil, supostamente emitidos por uma universidade do Paraguai.
As vítimas pagavam mensalidades, taxas de banca examinadora e processos de revalidação. No entanto, os certificados não tinham qualquer reconhecimento do Ministério da Educação (MEC).
As investigações apontam que o operador falsificador, Antônio de Jesus, que atuava no Espírito Santo, produzia os diplomas utilizando nomes, logotipos e selos de universidades públicas e privadas brasileiras, enviando o material às vítimas como se fosse oficial.
A maioria das vítimas eram professores da rede pública municipal em cidades do Curimataú paraibano, como Barra de Santa Rosa, Damião, Cuité, Picuí, Sossego, Nova Palmeira, Pedra Lavrada e Frei Martinho, além de outros municípios da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
Ao todo, cerca de 90 pessoas foram lesadas apenas na Paraíba. Alguns chegaram a apresentar os diplomas falsos para obter cargos ou promoções, mas acabaram descobertos e, em alguns casos, até demitidos.
Em janeiro deste ano, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em Campina Grande, na sede da empresa investigada, e também na casa do proprietário. No Espírito Santo, um mandado foi cumprido contra o operador falsificador.
O delegado Iasley Almeida explicou à TV Paraíba que os operadores de captação atuavam diretamente nas cidades, persuadindo professores a pagarem pelos cursos.
“De um lado, havia os captadores que atraiam professores da região. Do outro, no Espírito Santo, Antônio de Jesus era responsável por produzir as matrizes e encaminhar os diplomas falsos em nome de diversas universidades”, disse.
O Jornal da Paraíba tentou entrar em contato com a defesa dos indiciados.
O POVO PB
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