População denuncia superlotação em ônibus escolares de São José de Caiana e teme tragédia semelhante à de acidente recente na Paraíba

5 maio 2025 - Paraíba / Política

População denuncia superlotação em ônibus escolares de São José de Caiana e teme tragédia semelhante à de acidente recente na Paraíba — Foto: Reprodução

Moradores de São José de Caiana, no Sertão da Paraíba, têm manifestado preocupação com a superlotação dos ônibus escolares que transportam estudantes da zona rural ao centro da cidade. Segundo relatos da comunidade, crianças chegam a viajar em condições de risco, especialmente quando há apenas um veículo disponível para atender toda a demanda, o que acontece quando as aulas da rede estadual são suspensas.

Em um dos depoimentos obtidos por O POVO PB, uma moradora relatou que estudantes — incluindo uma criança de apenas 8 anos — foram transportados em situação precária em um dos veículos, que não comporta a quantidade de passageiros. “Peço encarecidamente que, quando não houver aula do Estado, seja solicitado o envio de dois ônibus, porque não há condições. Está arriscando demais a vida das crianças. O ônibus está sempre lotado e isso não é culpa do motorista, mas da desorganização que está muito grande”, desabafou.

O alerta da população se intensificou após o recente acidente com um ônibus escolar no Brejo paraibano, que resultou na morte de dois adolescentes.

Prefeito cassado e denúncias de má gestão

 

A instabilidade administrativa no município também contribui para o agravamento da crise. No início deste mês, a Justiça Eleitoral cassou os mandatos do prefeito Manoel Pereira de Souza, conhecido como Manoel Moleque (PL), e da vice-prefeita Adriana Marsicano, por abuso de poder político e econômico nas eleições municipais de 2024.

De acordo com a decisão assinada pela juíza Hyanara Torres Tavares de Queiroz, a gestão utilizou a máquina pública para favorecer a reeleição de Manoel Moleque. Entre as irregularidades apontadas estão a contratação em massa e sem concurso de prestadores de serviço às vésperas do pleito, além da distribuição de cestas básicas, kits de construção e auxílios diversos sem critérios legais.

A ação foi movida pela candidata de oposição Kaká de Marcílio (PDT), com parecer favorável do Ministério Público Eleitoral (MPE), que também destacou o aumento expressivo dos gastos com pessoal e assistência social no segundo semestre de 2024.

CPI e investigação no TCE

 

Além da decisão judicial, a Câmara Municipal instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis fraudes em contratos administrativos firmados em janeiro de 2025. A CPI, aberta por meio da Portaria nº 01/2025, apura irregularidades em licitações que somam mais de R$ 6 milhões, com suspeitas de superfaturamento, favorecimento de empresas e ausência de competitividade.

Os trabalhos da CPI têm prazo inicial de 120 dias, podendo ser prorrogados por mais 60 dias, e contam com o acompanhamento do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB).

Os vereadores de oposição e moradores cobram providências imediatas da Prefeitura para garantir a segurança no transporte escolar e evitar que a situação dos ônibus lotados resulte em mais uma tragédia na Paraíba.

O POVO PB 

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