Sem provas, perito contratado pela defesa do corretor acusa morte de taxista por má prestação de socorro
23 mar 2022 - Paraíba
Julgamento do corretor Gustavo Teixeira Correia, acusado de matar o taxista Paulo Damião, em João Pessoa — Foto: Reprodução/YouTube/TJPB
Um perito foi contratado como assistente técnico pela defesa do corretor de imóveis, Gustavo Teixeira, acusado de matar o taxista Paulo Damião, em fevereiro de 2019.
O profissional analisou as imagens das câmeras de segurança que registraram toda a ação no dia do crime.
Ricardo Caio dos Santos, perito judicial, indicou que “Realmente aconteceu uma discussão entre o Sr. Gustavo e o Sr. Damião. Pude ver que o Gustavo não desceu armado com intenção de executar a vítima. No vídeo, é possível ver a mão que aparece no vídeo, já apresentando no processo, e visualizar os disparos”, disse.
De acordo com o perito, mesmo Gustavo sendo atirador profissional, ‘o disparo foi a ermo’.
A juíza Aylzia Fabiana Borges Carrilho taxou de contraditório o manuseio da arma por parte de Gustavo no dia do crime. “É contraditório uma pessoa que está acostumada a usar armas usar com a mão direita?”, perguntou.
O perito indicou durante o júri que os disparos, possivelmente, não levaram à morte do taxista Paulo Damião. “Pelo que eu vi, o que pode ter corroborado para a morte, foi a prestação do socorro, as massagens cardíacas, o veículo foi retirado do local”, observou Ricardo.
O Ministério Público indagou a tese apresentada pelo técnico. “Como o senhor Ricardo concluiu esse lado final do seu trabalho, que o senhor Damião não morreu pelos disparos, mas sim pelos procedimentos de socorros. O senhor é médico?”, indagou.
O declarante fugiu das perguntas diversas vezes e disse que “Pelas imagens que eu vi do socorro, a massagem cardíaca pode ter colaborado para o óbito da vítima, essa é minha opinião. A forma que trouxeram ele para o chão. O socorro quando não é feito por um técnico pode trazer danos”, disse.

Homem atirou contra taxista, no bairro do Bessa, em João Pessoa — Foto: Vídeo/Reprodução
O crime
O crime aconteceu no bairro do Bessa, em João Pessoa, no dia 15 de fevereiro de 2019. Segundo a Polícia Militar informou, à época, o réu estava bêbado e estava sendo levado para casa por um motorista de transporte por aplicativo. Ao chegar perto do destino, se irritou com o taxista, Damião, que estaria demorando para realizar a manobra do veículo.
Ainda de acordo com a polícia, o acusado reclamou com a vítima, que respondeu à reclamação com um xingamento. Gustavo desceu do carro em que estava e atirou seis vezes contra Paulo, fugindo a pé para casa, onde se trancou no local com a esposa. Ele foi preso após cinco horas de negociação com a polícia.
O taxista Paulo Damião era casado e pai de dois filhos. Segundo o irmão dele, o taxista nunca tinha se envolvido em confusões no trânsito, mesmo estando diariamente dirigindo o táxi.
Gustavo Teixeira Correia é réu por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e sem possibilidade de defesa da vítima. Ele também vai ser julgado por porte ilegal de arma.
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