Silvio Santos e a eleição presidencial de 1989: uma candidatura que não chegou às urnas
18 ago 2024 - Brasil - Mundo
Silvio Santos e a eleição presidencial de 1989: uma candidatura que não chegou às urnas — Foto: Luiz Antônio Costa
A eleição presidencial de 1989 foi um marco histórico para o Brasil. Não apenas por ser a primeira eleição direta para presidente após mais de três décadas de regime militar, mas também pelos personagens que participaram da disputa. Entre os candidatos, estavam figuras de grande relevância política como Fernando Collor, Lula, Ulysses Guimarães, Leonel Brizola, Mário Covas e Paulo Maluf. No entanto, a presença de Silvio Santos, um rosto novo na política, mas extremamente conhecido pelo público, adicionou um elemento inesperado à corrida eleitoral.
Silvio Santos, o carismático “Homem do Baú”, entrou na disputa presidencial às vésperas do pleito, tendo como vice o senador paraibano Marcondes Gadelha. Marcondes, que havia sido deputado federal por seis mandatos e senador por outros dois, foi o articulador da candidatura de Silvio, viabilizando sua entrada pelo extinto Partido Municipalista Brasileiro (PMB), após a recusa do Partido da Frente Liberal (PFL).
Em uma entrevista recente, Marcondes Gadelha relembrou como surgiu a parceria entre ele e Silvio. “Nos aproximamos em 1989, quando ele, entre vários nomes sugeridos, escolheu o meu como companheiro de chapa na campanha presidencial daquele ano. Eu aceitei e me empolguei não apenas pela honraria, mas por ver nele o melhor, se não o único nome para enfrentar a terrível crise que assolava o país naquela época”, afirmou Gadelha, destacando que a inflação à época beirava os 100% ao mês.

Uma candidatura que não chegou às urnas — Foto: Acervo Pessoal
Apesar de sua entrada tardia na corrida eleitoral, Silvio Santos conquistou rapidamente a simpatia do eleitorado, chegando a 30% das intenções de voto em pesquisas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Contudo, essa ascensão não passou despercebida por seus adversários políticos, que, segundo Marcondes, teriam articulado uma “resistência duríssima” contra a candidatura do apresentador.
Os obstáculos legais enfrentados por Silvio incluíam a alegação de que ele não havia cumprido a exigência eleitoral de realizar pelo menos nove convenções regionais antes de ter seu nome homologado. Além disso, a Justiça Eleitoral apontou que o apresentador não havia se afastado do comando do SBT dentro do prazo estipulado. Esses fatores acabaram por impedir que Silvio Santos levasse adiante sua campanha presidencial.
Silvio Santos, maior comunicador da história da televisão brasileira, faleceu neste sábado (17), aos 93 anos, em decorrência de broncopneumonia após uma infecção por influenza. Sua breve incursão na política é lembrada como um momento único e marcante na história das eleições brasileiras.
Texto: Pedro Pereira/ Jornal da Paraíba
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