Médicos ameaçam greve devido a atrasos em repasses para o Hospital da FAP

19 nov 2024 - Paraíba / Política

Médicos ameaçam greve devido a atrasos em repasses para o Hospital da FAP — Foto: Divulgação

A saúde pública de Campina Grande e de diversos municípios da Paraíba enfrentam uma crise com o risco iminente de paralisação de médicos, motivada pelos atrasos nos repasses do Sistema Único de Saúde (SUS) ao Hospital da Fundação Assistencial da Paraíba (FAP). O problema começou a gerar impacto direto nos atendimentos, com cirurgias adiadas desde agosto.

Na última semana, o impasse chegou à Promotoria da Saúde do Ministério Público da Paraíba (MPPB), que mediou uma audiência entre a Secretaria Municipal de Saúde e a presidência do hospital. O objetivo foi assegurar o direito dos pacientes a tratamentos essenciais, que não podem ser adiados devido aos riscos à saúde e à vida.

De acordo com o secretário de Saúde de Campina Grande, Carlos Dunga, parte das pendências financeiras já foi quitada. “Na última quinta-feira (13), repassamos R$ 652 mil, e na sexta-feira (14), mais R$ 1,425 milhão. Ainda temos R$ 1,263 milhão referentes a produções que dependem de recursos do Ministério da Saúde para os meses de setembro e outubro”, explicou.

Apesar dos pagamentos recentes, o presidente da FAP alerta que outras pendências continuam em aberto. “Temos R$ 3,3 milhões em emendas parlamentares ainda em posse da Secretaria de Saúde. Entendemos a burocracia, mas o hospital não pode ser penalizado por atrasos no processo”, declarou.

A situação é agravada pela demora na aprovação de suplementações orçamentárias na Câmara Municipal. Segundo Dunga, o pedido, realizado em setembro e outubro, só foi aprovado em 7 de novembro, atrasando ainda mais os repasses necessários para o funcionamento do hospital.

A presidência da FAP informou que os recursos recentemente recebidos são insuficientes para manter as operações por muitos dias. “Conversamos com os médicos e conseguimos adiar a paralisação até esta semana. No entanto, é fundamental que os pagamentos sejam regularizados para evitar um novo colapso no atendimento”, afirmou.

O Ministério Público reiterou a importância de resolver o impasse rapidamente para proteger o direito à saúde dos usuários. “Nosso papel é garantir que os pacientes tenham seus tratamentos assegurados sem interrupções”, enfatizou a promotoria.

O Povo PB com TV Cabo Branco

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