Aborto e a hipocrisia da sociedade: uma realidade oculta
21 set 2023 - Brasil - Mundo
Aborto e a hipocrisia da sociedade: uma realidade oculta
O debate em torno do aborto é um tema profundamente complexo e controverso em muitas sociedades ao redor do mundo. Enquanto as opiniões sobre a legalização do aborto variam amplamente, uma realidade perturbadora persiste nos bastidores: a prática clandestina e muitas vezes perigosa do aborto em condições precárias, quando a sociedade volta o rosto para o que acontece na calada da noite.
A hipocrisia da sociedade é evidente quando, apesar das proibições legais, o aborto continua a ser uma realidade para muitas mulheres. O desejo de controlar seu próprio destino reprodutivo e tomar decisões sobre seus corpos muitas vezes leva mulheres a recorrer a medidas extremas quando confrontadas com uma gravidez indesejada. A falta de acesso a serviços médicos seguros e legais as empurra para as sombras, onde a busca desesperada por soluções coloca suas vidas em risco.
A ilegalidade do aborto não o torna inexistente; em vez disso, cria um mercado clandestino que opera fora do obervação público e da regulamentação governamental. Nessas circunstâncias, as mulheres são frequentemente forçadas a buscar procedimentos inseguros e não regulamentados, muitas vezes realizados por indivíduos sem treinamento médico adequado. Esses abortos clandestinos são responsáveis por inúmeros complicações médicas e até mesmo mortes evitáveis.
A falta de acesso ao aborto seguro também afeta desproporcionalmente mulheres de baixa renda e minorias, que muitas vezes não têm os recursos para buscar atendimento médico adequado em locais onde o aborto é legal. A hipocrisia é destacada quando essas mulheres são criminalizadas por tomar decisões influenciadas por uma série de fatores sociais, econômicos e pessoais.
A sociedade precisa encarar a realidade de que a proibição do aborto não impede que ele aconteça; em vez disso, coloca a vida das mulheres em risco. A legalização do aborto, com a devida regulamentação e acesso a serviços médicos seguros, é uma abordagem mais sensata e humana para lidar com essa questão. Isso não apenas protege a saúde e os direitos das mulheres, mas também promove uma sociedade mais justa e igualitária.
A discussão em torno do aborto deve ser baseada em compaixão, empatia e na compreensão das complexidades envolvidas. Negar a realidade do aborto clandestino e da hipocrisia que o acompanha é ignorar o sofrimento e os perigos enfrentados pelas mulheres todos os dias.
É hora de a sociedade enfrentar essa realidade sombria e trabalhar para garantir que as mulheres tenham acesso a serviços de saúde reprodutiva seguros e legais, para não precisarem recorrer às sombras para tomar decisões sobre seus próprios corpos.
Edcarlos Santana/OPovoPB
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