Caso Braiscompany: Justiça Federal condena três réus a mais de 170 anos de prisão por fraudes com criptomoedas em Campina Grande
15 abr 2025 - Paraíba
Braiscompany tem sede em Campina Grande e filiais em São Paulo e Fortaleza — Foto: Camila Ferreira/Braiscompany
A Justiça Federal condenou três pessoas envolvidas no caso Braiscompany, empresa sediada em Campina Grande e investigada por um esquema bilionário de fraudes com criptoativos, a penas que somam mais de 170 anos de prisão. As sentenças incluem acusações como lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, operação irregular de instituição financeira e participação em organização criminosa.
De acordo com a sentença proferida pelo juiz federal Vinícius Costa Vidor, da 4ª Vara Federal de Campina Grande, os condenados são:
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Joel Ferreira de Souza – 128 anos, 5 meses e 28 dias de reclusão;
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Gesana Rayane da Silva – 27 anos, 10 meses e 10 dias de reclusão;
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Victor Augusto Veronez de Souza – 15 anos de reclusão.
Os três réus também foram condenados ao pagamento de milhares de dias-multa, que somam valores expressivos. No caso de Joel Ferreira, os dias-multa equivalem a 15 salários mínimos cada, totalizando mais de R$ 1 milhão. Além disso, os bens de Joel foram bloqueados até o valor de R$ 36,59 milhões, montante fixado como valor mínimo para reparação dos danos causados aos investidores.
A investigação foi conduzida pela Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e revelou que a Braiscompany movimentou mais de R$ 1 bilhão por meio de um esquema de promessas de retornos financeiros falsos com base em investimentos em criptomoedas. Segundo as autoridades, o modelo operava de forma irregular, sem autorização para funcionar como instituição financeira.
Durante o processo, foram utilizadas provas como quebras de sigilo bancário, fiscal e telemático, além da análise de dados extraídos de aparelhos eletrônicos com o uso de softwares forenses.
A defesa de Gesana Rayane da Silva informou que irá recorrer da decisão. Já os advogados de Joel Ferreira e Victor Augusto Veronez não se pronunciaram até o momento.
Outros dois réus, Mizael Moreira Silva e Clélio Fernando Cabral do Ó, foram absolvidos pela Justiça por falta de provas.
Além das penas privativas de liberdade, os condenados terão os direitos políticos suspensos e mandados de prisão serão expedidos após o trânsito em julgado da sentença. O valor mínimo de R$ 36,5 milhões fixado pela Justiça deverá ser pago de forma solidária pelos três condenados.
O POVO PB
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