Coordenador do Gaeco critica morosidade na justiça para processos de corrupção na Paraíba

8 dez 2023 - Paraíba / Política

Octávio Paulo Neto, coordenador do Gaeco — Foto: Divulgação

Octávio Paulo Neto, renomado coordenador do Gaeco e figura de destaque no combate à corrupção, fez declarações incisivas, em entrevista à Rádio CBN, exigindo maior agilidade nos julgamentos de casos de corrupção e crimes financeiros. Ele expressou sua indignação com a lentidão, especialmente referindo-se à Operação Calvário.

Segundo Octávio, a demora no andamento desses processos é algo inaceitável e classificou a situação como “absurdamente ridícula”, destacando a urgência de uma resolução para tais casos.

A operação Calvário, emblemática por suas proporções, enfrenta um impasse quanto à competência da Justiça Eleitoral, o que tem prolongado o julgamento por mais de três anos sem que o mérito seja analisado. Entretanto, esse não é um caso isolado.

A morosidade na análise de processos similares é uma constante no Judiciário paraibano. Ações derivadas de investigações como Pão e Circo, Cidade Luz e Rent a Car enfrentam obstáculos semelhantes. Enquanto isso, na esfera federal, casos como a Operação Famintos já foram julgados em instâncias superiores.

A lentidão judicial reflete-se no cenário político: prefeitos afastados aguardam desfecho de ações, como o ex-prefeito de Patos, Dinaldinho, e o atual prefeito afastado de Camalaú, Sandro Môco, sem retorno iminente ao cargo.

Buscando solução para tal morosidade, o Tribunal de Justiça enviou à Assembleia Legislativa um projeto para criar uma Vara especializada em julgar casos de Organizações Criminosas, porém a proposta ainda aguarda análise legislativa desde maio do ano passado.

A criação da Vara é uma opção, mas fortalecer a estrutura do primeiro grau para agilizar processos complexos é outro caminho viável. Isso demanda também a atuação mais incisiva da Corregedoria na cobrança e acompanhamento desses casos.

As palavras de Octávio refletem a frustração de muitos paraibanos diante dessa demora e reforçam o ditado de que uma Justiça tardia é uma Justiça falha. São lembradas as palavras do Evangelho de Lucas: se ninguém falar, “as próprias pedras clamarão”.

O Povo PB

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