Em júri popular, acusado de matar taxista diz que foi até a vítima para ‘amenizar situação’
23 mar 2022 - Paraíba
Corretor de imóveis condenado por matar taxista e passa a cumprir regime semiaberto, em João Pessoa — Foto: Reprodução
Acusado de matar o taxista Paulo Damião, o corretor de imóveis, Gustavo Teixeira Correia, disse em audiência de instrução que se dirigiu até à vítima para “amenizar a situação”.
O júri popular acontece nesta quarta-feira (23), no Fórum Criminal de João Pessoa, formado por sete pessoas.
Durante a audiência, a defesa tentou barrar a reunião de hoje. À juíza Aylzia Fabiana Borges Carrilho o acusado detalhou sua versão no dia do crime. “Me prostrei no carro de Damião na porta. Ele me chamou de safado. Eu disse que safado era ele. Foi tanto que coloquei o dedo no rosto dele. Me prostrei no carro justamente pra dizer que eu morava ali — perto e que eu queria passar”, disse.

Homem atirou contra taxista, no bairro do Bessa, em João Pessoa — Foto: Vídeo/Reprodução
A defesa do acusado, Gustavo Teixeira, chegou a contratar um perito que foi assistente técnico durante o júri. Mas segundo o Ministério Publico da Paraíba (MPPB) a participação do especialista não apresentou e nem acrescentou nada durante a audiência.
Francisca Alves, a viúva de Paulo Damião, contou no julgamento que só ficou sabendo da morte do marido ao chegar em casa, por volta das 19h.
“Eu só tive a oportunidade de ouvir o relato do que aconteceu naquele dia pela TV. Vi ele tirando a vida do meu marido, como se tivesse tirando a vida de uma ‘barata’, ele tirou a vida de um pai de família. Todos os vídeos das câmeras de segurança da região demonstram o passo-a-passo do ocorrido”, disse a viúva de Damião, taxista morto em 2019.
O crime
O crime aconteceu no bairro do Bessa, em João Pessoa, no dia 15 de fevereiro de 2019. Segundo a Polícia Militar informou, à época, o réu estava bêbado e estava sendo levado para casa por um motorista de transporte por aplicativo. Ao chegar perto do destino, se irritou com o taxista, Damião, que estaria demorando para realizar a manobra do veículo.
Ainda segundo a polícia, o acusado reclamou com a vítima, que respondeu à reclamação com um xingamento. Gustavo desceu do carro em que estava e atirou seis vezes contra Paulo, fugindo a pé para casa, onde se trancou no local com a esposa. Ele foi preso após cinco horas de negociação com a polícia.
O taxista Paulo Damião era casado e pai de dois filhos. Segundo o irmão dele, o taxista nunca tinha se envolvido em confusões no trânsito, mesmo estando diariamente dirigindo o táxi.
Gustavo Teixeira Correia é réu por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e sem possibilidade de defesa da vítima. Ele também vai ser julgado por porte ilegal de arma.
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