Laudo descarta intoxicação por metanol em morte de homem em Campina Grande; Polícia investiga origem de bebidas apreendidas

9 out 2025 - Paraíba

Rariel Dantas, de 32 anos — Foto: Reprodução

Um laudo emitido pelo Instituto de Polícia Científica da Paraíba (IPC) descartou que a morte de Rariel Dantas, de 32 anos, tenha sido causada por intoxicação por metanol. O caso, registrado no último sábado (4), em Campina Grande, foi o primeiro sob investigação no estado com suspeita desse tipo de contaminação.

Segundo o secretário de Saúde da Paraíba, Ari Reis, um novo exame será realizado para identificar a verdadeira causa da morte. Rariel, natural de Baraúna, havia consumido bebida alcoólica nos três dias anteriores à internação. Ele foi atendido inicialmente no Hospital Regional de Picuí e, em seguida, transferido para o Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, onde não resistiu após três paradas cardiorrespiratórias.

Nesta segunda-feira (6), uma operação da Polícia Civil resultou na apreensão de mais de 4 mil garrafas de bebidas alcoólicas na cidade de Alagoa Nova, no Brejo paraibano. As garrafas, todas de cachaça, estavam em uma garagem que funcionava como ponto de envase e rotulagem irregular.

De acordo com o delegado Danilo Orengo, responsável pela investigação, o suspeito — que foi preso e liberado após audiência de custódia — comprava o líquido em tonéis, realizava o envase manual, rotulava as garrafas e revendia o produto. “Ele adquiria a cachaça em tonéis, levava para o local e de lá individualizava o conteúdo, rotulava, embalava e vendia”, explicou o delegado.

As amostras apreendidas foram encaminhadas ao Instituto de Polícia Científica (IPC), que deve divulgar os resultados da análise em até 10 dias. A investigação busca confirmar se há presença de metanol ou outras substâncias tóxicas nas bebidas.

Outras operações e novas análises

O IPC também analisa cerca de 50 garrafas apreendidas no sábado (4) em um depósito de bebidas interditado na cidade de Baraúna. O material será periciado para detectar não apenas metanol, mas outros compostos que possam causar intoxicação.

Pais lamentam morte de Rariel Dantas

Os pais de Rariel, Manuel Pereira e Rosilene Dantas, relataram a dor da perda e os últimos momentos do filho antes da internação.

“Não dava pra imaginar, porque aconteceu rápido, muito rápido, e fica uma situação de saudade”, disse o pai.

A mãe contou que o filho chegou a reconhecer os efeitos do álcool em sua saúde e prometeu abandonar o consumo.
“Ele me disse: ‘mãe, se eu escapar dessa, não quero mais saber de bebida’. Eu respondi: ‘muito bem, meu filho, queira não, porque bebida está lhe ofendendo’”, lembrou Rosilene.

As investigações continuam sob responsabilidade da Polícia Civil da Paraíba, em parceria com o IPC e a Secretaria de Estado da Saúde (SES), para determinar se há relação entre as bebidas adulteradas apreendidas e a morte do jovem.

O POVO PB

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