Mães de crianças com autismo em Caaporã enfrentam suspensão de transporte para tratamentos em João Pessoa

Mães de crianças com autismo em Caaporã enfrentam suspensão de transporte para tratamentos em João Pessoa  — Foto: Divulgação

Mães de crianças com autismo da cidade de Caaporã, no litoral paraibano, estão sofrendo dificuldades após a suspensão do transporte público que as trazia semanalmente para tratamentos especializados em João Pessoa. A decisão foi comunicada na última segunda-feira (2) e gerou indignação entre as famílias, que dependem desse transporte para garantir a continuidade das terapias essenciais para o desenvolvimento de seus filhos.

Maria Souza, mãe de uma criança com autismo e uma das representantes das famílias afetadas, explicou que o transporte, disponibilizado pela Prefeitura de Caaporã, era uma ferramenta importante para o tratamento das crianças. “Esse transporte acontecia toda semana. O carro estava lá para buscar as crianças e trazê-las para os tratamentos aqui na capital, mas isso foi interrompido sem qualquer aviso”, afirmou  em entrevista.

A suspensão do serviço foi comunicada aos pais no dia 1º de dezembro, por meio de uma mensagem enviada pela coordenadora de transporte da cidade, que afirmou que o serviço não seria mais oferecido. A justificativa apresentada pela Secretaria de Saúde de Caaporã foi que o transporte não era considerado “prioritário” e que o orçamento seria destinado apenas ao transporte de pacientes que realizavam a hemodiálise.

Maria relatou que a falta de transporte prejudicou gravemente a continuidade dos tratamentos terapêuticos das crianças. Ela enfatizou que, no caso de crianças com autismo, a terapia precisa ser contínua, e qualquer interrupção pode resultar em regressão no desenvolvimento. “A resposta que recebemos é de que o prefeito tem medo de não conseguir pagar os carros da locadora, mas isso não é desculpa. Até o dia 31, quem é prefeito é o senhor Kiko, e ele deve respeitar nossas crianças e famílias”, disse.

Diante da situação, as mães afetadas pelo corte no transporte se reuniram e levaram o caso ao Ministério Público, buscando uma solução para a manutenção do serviço. “A situação está muito difícil. Nossos filhos precisam desse apoio para ter uma vida melhor. Estamos tentando fazer nossa voz ser ouvida, porque isso não pode continuar”, destacou Maria.

Até a conclusão desta matéria, entramos em contato com a prefeitura de Caaporã, mas até o momento não houve retorno sobre a suspensão do transporte.

O POVO PB

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