MPF denuncia Braiscompany por crimes financeiros e lavagem de dinheiro

20 maio 2024 - Paraíba

Polícia Federal faz operação na sede da Braiscompany em Campina Grande — Foto: Ewerton Correia/TV Paraíba

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou uma nova denúncia contra a Braiscompany, empresa investigada por crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais. Entre os denunciados estão os proprietários Antônio Neto e Fabrícia Farias, um doleiro e mais quatro envolvidos no esquema de lavagem de dinheiro.

Segundo o MPF, durante a fase de “desmoronamento” da Braiscompany, o casal Antônio Neto e Fabrícia Farias realizou grandes operações financeiras, características de lavagem de dinheiro, incluindo a venda de imóveis e outros bens. As investigações revelaram que o doleiro Joel Ferreira de Souza foi responsável por executar as transações criptográficas, transformando dinheiro em espécie em criptoativos e vice-versa.

Joel Ferreira e Antônio Neto mantinham uma relação profissional desde 2018, antes mesmo da criação da Braiscompany. Joel utilizava diversas empresas para movimentar os valores, empregando técnicas sofisticadas de lavagem de capitais, como a pulverização de valores e a utilização de contas offshore. Estima-se que pelo menos R$ 2,6 bilhões tenham sido movimentados pelas empresas envolvidas no esquema.

Antônio Neto e Fabrícia Farias foram condenados a 149 anos de prisão na primeira ação penal, mas recorrem da decisão. Antônio Neto está preso preventivamente na Argentina, enquanto Fabrícia Farias permanece em liberdade provisória no mesmo país. Os novos denunciados incluem Victor Augusto Veronez, filho de Joel; Mizael Moreira Silva; Clélio Cabral do Ó e Gesana Rayane Silva, todos também envolvidos em outras ações penais.

A defesa de Gesana Silva alegou surpresa com a nova denúncia, afirmando que os fatos já haviam sido abordados na primeira acusação e questionou a legalidade das provas utilizadas. A defesa de Mizael Moreira declarou confiança na inocência de seu cliente, argumentando que ele foi mais uma vítima do esquema conduzido pelo casal Braiscompany.

A Braiscompany, especializada em gestão de ativos digitais e tecnologia blockchain, foi alvo de uma operação da Polícia Federal em fevereiro de 2023, que visava combater crimes financeiros. A empresa prometia retornos financeiros elevados aos investidores, atraídos pela imagem de sucesso promovida por Antônio Neto.

Em fevereiro de 2024, o juiz da 4ª Vara Federal em Campina Grande, Vinícius Costa Vidor, condenou Antônio Neto a 88 anos e 7 meses e Fabrícia Farias a 61 anos e 11 meses, entre outras penas aplicadas aos envolvidos no esquema, com um montante de R$ 277 milhões a ser reparado em danos patrimoniais e R$ 100 milhões em danos coletivos.

O POVO PB

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