Operação Território Livre: PF revela troca de mensagens entre vereadora Raíssa Lacerda e secretária da primeira-dama de João Pessoa

2 out 2024 - Paraíba / Política

PGE dá parecer favorável à manutenção da prisão da vereadora Raíssa Lacerda — Foto: Reprodução

A terceira fase da Operação Território Livre, conduzida pela Polícia Federal, trouxe à tona transcrições de conversas entre a vereadora Raíssa Lacerda e Tereza Cristina Barbosa Albuquerque, secretária da primeira-dama de João Pessoa, Lauremília Lucena. Ambas foram presas recentemente, Raíssa no dia 19 de setembro e Tereza no último sábado (28). No entanto, ambas foram liberadas no dia 1º de outubro, após decisão da juíza Maria de Fátima Ramalho, da 64ª Zona Eleitoral. Agora, cumprem medidas cautelares, e Tereza já teve sua tornozeleira eletrônica retirada por decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PB).

Substituição de cargo na prefeitura

De acordo com a investigação da Polícia Federal, uma das conversas transcritas refere-se à substituição de um cargo na prefeitura de João Pessoa. Raíssa Lacerda teria solicitado a substituição de Eliel de Souza Neves, preso em janeiro de 2024, por sua esposa, Mayara do Nascimento Silva. Eliel foi preso por tráfico de drogas, roubo e homicídio, segundo o relatório da PF. Raíssa teria enviado o currículo de Mayara para Tereza Cristina, esperando a nomeação dela para o cargo que era ocupado por Eliel.

 Raíssa cobrou da PMJP que faccionados presos fossem substituídos pelos parentes, diz PF

Na troca de mensagens, Tereza Cristina responde que o pedido precisa aguardar os trâmites administrativos, especialmente por se tratar de uma vaga na Educação, com previsão de nomeação apenas para fevereiro, quando as escolas estariam funcionando. Raíssa, no entanto, pressiona pela urgência da substituição, visto que o marido de Mayara estava preso há quatro meses e a troca ainda não havia ocorrido.

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Relacionamento com facções criminosas

Outro caso apontado pela investigação envolve um homem conhecido como “Pezão”, cujo nome real é Maurício Rafael Duarte, preso em 16 de fevereiro de 2024. Pezão, que estava vinculado à empresa terceirizada Exemplar Service e Limpeza LTDA, contratada pelo Município, também teve sua substituição discutida entre Raíssa e Tereza Cristina.

 Raíssa cobrou da PMJP que faccionados presos fossem substituídos pelos parentes, diz PF

A investigação da PF sugere que o crime organizado estaria prestando apoio em troca de cargos públicos, com políticos se beneficiando do controle de territórios e dos votos oriundos dessa relação nas eleições municipais.

 Raíssa cobrou da PMJP que faccionados presos fossem substituídos pelos parentes, diz PF

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O que dizem as defesas

Procurados pela reportagem, os advogados das acusadas negaram qualquer envolvimento com os crimes descritos pela Polícia Federal. O advogado de Raíssa Lacerda, Aécio Farias, ainda não comentou diretamente sobre as mensagens trocadas. Já o advogado de Tereza Cristina, Gustavo Botto, afirmou que está analisando o processo e não pode emitir uma nota no momento. Ambos reiteraram que suas clientes são inocentes e não têm ligação com os crimes apontados.

Até o momento, não foi possível obter o contato da defesa dos outros envolvidos no caso. O espaço permanece aberto para manifestação.

A investigação

A Operação Território Livre investiga um suposto esquema de aliciamento violento de eleitores e a influência do crime organizado nas eleições de João Pessoa. A investigação continua, com novos desdobramentos previstos, enquanto as defesas de Raíssa Lacerda e Tereza Cristina trabalham para afastar as acusações.

O POVO PB

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