Pediatra Fernando Cunha Lima, acusado de estupros de crianças, estava em imóvel alugado e contava com rede de apoio, diz polícia
7 mar 2025 - Paraíba
Pediatra Fernando Cunha Lima, acusado de estupros de crianças, estava em imóvel alugado e contava com rede de apoio, diz polícia — Foto: Reprodução
O pediatra Fernando Cunha Lima, acusado de abusar sexualmente de seis crianças, foi preso na manhã desta sexta-feira (7) pela Polícia Civil da Paraíba. Ele estava escondido em uma casa alugada no município de Paulista, Pernambuco, onde contava com uma rede de apoio para permanecer foragido. Após a prisão, foi levado para a Central de Polícia de João Pessoa.
A defesa do médico afirma que ele próprio solicitou a prisão e pediu para cumprir a pena em Recife, onde reside sua família. No entanto, a Polícia Civil nega a versão e garante que o próprio acusado optou por ser transferido para a capital paraibana, com a mesma justificativa.
Durante a coletiva de imprensa, os pesquisadores detalharam que o médico mudou de endereço diversas vezes para evitar a captura. No momento da prisão, sua esposa abriu a porta, permitindo que os policiais vissem no sofá da residência. O pediatra estava escondido na Região Metropolitana de Recife e contava com suporte logístico, incluindo compra de alimentos, medicamentos e aparelhos celulares para dificultar a localização.
A Polícia Civil ressaltou que a prisão foi legal.

Pediatra acusado de abusos contra crianças afirma que não ficará preso: ”só dois dias e saio” — Foto: Reprodução
Ao chegar à Central de Polícia, Fernando Cunha Lima manifestou desprezo pelo processo e afirmou à imprensa:
“Tenho certeza. Vou ficar só dois dias e saio.”
O delegado-geral André Rabelo criticou a postura do acusado, destacando a gravidade do caso:
“Ao preferir responder e resolver o problema, ele debocha da Justiça. Isso é muito grave, porque, por trás disso, quantas vítimas existem? Quantas crianças? Seis já foram identificadas, mas quantas mais ao longo das décadas?”
Histórico do caso
O pediatra Fernando Cunha Lima é um nome conhecido em João Pessoa e atende crianças desde recém-nascidas. As primeiras denúncias contra ele surgiram em julho de 2023, quando a mãe de uma das vítimas flagrou o abuso dentro do consultório. Com repercussão, as mais vítimas procuraram a Polícia Civil, incluindo sobrinhas de médico, que relataram abusos na infância.
Ele responde por seis casos de violação de vulnerabilidade em dois processos distintos. Desde o início das investigações, a prisão preventiva foi negada cinco vezes, até que, em novembro de 2024, o Tribunal de Justiça da Paraíba decretou finalmente a detenção do acusado.
Agora, o médico deve passar por audiência de custódia em Pernambuco antes de ser transferido novamente para a Paraíba.
O POVO PB
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