STF mantém prisão de padre Egídio, acusado de desviar R$ 140 milhões do Hospital Padre Zé
15 mar 2025 - Paraíba
Padre Egídio — Foto: Divulgação
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou, nesta sexta-feira (14), o pedido de revogação da prisão preventiva do padre Egídio de Carvalho Neto. O religioso é acusado de liderar um esquema criminoso que desviou cerca de R$ 140 milhões do Hospital Padre Zé, em João Pessoa.
Preso preventivamente desde novembro de 2023, Egídio de Carvalho tenta, sem sucesso, obter liberdade. Em abril de 2024, conseguiu cumprir a pena em prisão domiciliar após problemas de saúde, mas teve o benefício revogado. Sua defesa recorreu ao Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, por fim, ao STF, alegando nulidades processuais e falta de fundamentação para a prisão preventiva.
No entanto, a ministra Cármen Lúcia manteve a decisão, destacando a gravidade dos crimes e a necessidade de evitar novas infrações. “A prisão preventiva justifica-se em razão da periculosidade do recorrente, consideradas a gravidade concreta da conduta imputada e a necessidade de desarticular a organização criminosa”, afirmou.
As acusações contra Egídio de Carvalho
O padre é apontado como líder de um esquema que desviou verbas públicas destinadas ao Instituto São José, mantenedor do Hospital Padre Zé, e à Ação Social Arquidiocesana da Paraíba. As investigações indicam que os valores, repassados pela Prefeitura de João Pessoa e pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Humano, foram usados para a compra de imóveis de luxo, veículos e obras de arte.
Além disso, Egídio teria desviado 670 produtos doados pela Receita Federal ao hospital, incluindo iPhones que deveriam ser leiloados em benefício da instituição. A suspeita surgiu após a denúncia do furto de 100 celulares doados ao hospital, em outubro de 2023. Após a revelação do escândalo, o padre foi afastado de todas as funções eclesiásticas pela Arquidiocese da Paraíba.
Com a decisão do STF, Egídio de Carvalho Neto segue preso preventivamente enquanto as investigações continuam.
O POVO PB
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