TRE-PB converte prisão de servidora da PMJP em medidas cautelares na Operação Território Livre

30 set 2024 - Paraíba / Política

Justiça nega pedido de prisão domiciliar a Kaline Neres, presa na ‘Operação Território Livre’ — Foto: Reprodução

O Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) julgou, na tarde desta segunda-feira (30), o pedido de habeas corpus da servidora da Prefeitura de João Pessoa, Taciana Batista do Nascimento, presa durante a segunda fase da Operação Território Livre. A operação investiga o aliciamento violento de eleitores e a constituição de uma organização criminosa com fins eleitorais.

A suspeita, que ocupam cargos na administração pública municipal, tiveram suas prisões preventivas convertidas em medidas cautelares. Segundo o juiz Bruno Teixeira, a renúncia de Raíssa Lacerda (PSB) à candidatura, apontada como beneficiária do esquema, eliminou o risco que justificava a prisão preventiva de Taciana. “Com a renúncia de Raíssa, não há mais motivo para manter Taciana presa, considerando que os elementos que justificavam sua prisão, como manipulação eleitoral e apoio a Raíssa, foram anulados”, afirmou o magistrado.

Com isso, o juiz determinou a concessão de medidas cautelares previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal, incluindo a proibição de acessar a ONG “Até a Linha da Vida”, de manter contato com outros investigados, de ausentar-se da comarca de João Pessoa, além de ser submetida à monitoração eletrônica.

Quem são as suspeitas?

De acordo com o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), Taciana Batista do Nascimento trabalha como auxiliar operacional na Prefeitura de João Pessoa desde fevereiro de 2023. Já Kaline Neres do Nascimento Rodrigues ocupa um cargo comissionado na Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur) desde julho de 2022, sendo encarregada de turma.

A defesa de Kaline Neres, representada pelo advogado Emanuel de Alcântara, afirmou que “não há provas materiais que incriminem” sua cliente e já protocolou um pedido de habeas corpus. A defesa de Taciana Batista ainda não se posicionou publicamente.

Esquema de aliciamento eleitoral

Segundo a Polícia Federal, Taciana Batista exercia influência na comunidade, particularmente ligada ao centro comunitário Ateliê da Vida, enquanto Kaline Neres era uma das principais articuladoras de Raíssa Lacerda no bairro Alto do Mateus e tinha ligações com facções criminosas da região.

Outras pessoas presas na operação incluem Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos, acusada de pressionar moradores do bairro São José para direcionar votos. Pollyanna também nega as acusações e entrou com pedido de habeas corpus.

A segunda fase da Operação Território Livre, deflagrada no dia 10 de setembro, já havia resultado na apreensão de R$ 35 mil em espécie, documentos com dados pessoais, contracheques de funcionários públicos e celulares, reforçando as suspeitas de um esquema criminoso eleitoral.

O POVO PB

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