Caso Lorrayne: defesa pede adiamento do Júri Popular e julgamento será em maio

27 fev 2023 - Paraíba

Lorrayne estava desaparecida há uma semana — Foto: Instagram/Reprodução

O advogado do réu Kennedy Ramon Alves Linhares pediu adiamento do julgamento de seu cliente, alegando motivos de saúde. A juíza titular da 1ª Vara Mista da Comarca de Cabedelo, Thana Michelle Carneiro Rodrigues, que vai presidi o Júri Popular, acatou o pedido e o julgamento acontecerá no início de maio. O Júri de Kennedy Ramon estava marcado para ter início às 8h30 desta segunda-feira. Ele foi pronunciado pela morte da sua ex-namorada, a modelo paraibana Lorrayne Damares da Silva.

Além do crime de homicídio qualificado, o réu também vai responder pela qualificadora de feminicídio. Consta nos autos que Keneddy Ramon, no dia 13 dezembro de 2020, por volta das 3h, matou Lorrayne Damares da Silva por asfixia mecânica e através de recurso que dificultou a defesa da vítima. O crime aconteceu no interior de uma casa situada na Travessa Antônio Luiz Falcão, Centro de Lucena-PB, e envolveu razões de condição do sexo feminino no contexto da violência doméstica e familiar. Em seguida, o réu ocultou o cadáver.

Ainda de acordo com as informações processuais, a vítima e o acusado mantiveram um relacionamento amoroso, chegando ambos a coabitarem. “Todavia, o relacionamento do casal foi interrompido pela ofendida, havendo relatos de convivência conturbada devido aos ciúmes e índole possessiva do assacado, tendo a vítima ido morar no Estado de Goiás”, diz a denúncia.

Com base nessas informações, o Ministério Público denunciou Keneddy Ramon no delito previsto no artigo 121, parágrafo 2º, incisos I, III, IV, VI e parágrafo 2º-A, Inciso I, do Código Penal Brasileiro. A juíza recebeu a denúncia e pronunciou o réu nos moldes do pedido do representante ministerial.

Relembre o caso

Após uma semana desaparecida, o corpo de Lorrayne, de 19 anos, foi encontrado em avançado estado de decomposição no dia 20 de dezembro, às margens do Rio Paraíba, nas proximidades da região conhecida como Café do Vento, no município de Sobrado.

Em depoimento, Kennedy afirmou que o crime não foi planejado. A vítima e o suspeito estavam morando juntos e terminaram a relação. Ela passou um mês em Goiânia, capital de Goiás, para ficar longe dele – segundo a família. Mas, segundo o suspeito, eles dois ainda mantinham contato.

Na época do crime, Lorrayne tinha acabado de chegar na Paraíba depois do período em Goiânia.

Imagens de câmera de segurança mostram que o homem foi buscá-la no aeroporto Castro Pinto, na Grande João Pessoa e essa teria sido a última vez que ela foi vista com vida.

Eles foram juntos até Lucena para uma casa alugada pela família de Kennedy. O homem informou à Polícia Civil que ele e Lourrayne discutiram a relação e brigaram dentro da residência. Então, ele estrangulou a jovem para “contê-la” e “acabou perdendo a noção da força” durante uma briga.

Depois, Kennedy levou o corpo da modelo e jogou embaixo de uma ponte da BR-230.

“Ele não aceitou o término do relacionamento com ela, as viagens que ela fazia, essa teria sido a motivação. Nesse momento, ele chorava, também não sabemos se era para se vitimizar um pouco ou se aquilo era a personalidade dele mesmo”, disse o delegado João Paulo Amazonas sobre a confissão.

Após o crime, o suspeito iniciou uma viagem para Santa Catarina, onde “recomeçaria a vida”.

No dia 19 de dezembro de 2020, em uma ação conjunta da PRF, da Polícia Civil da Paraíba e da Polícia Militar da Bahia, Kennedy Ramon Alves Linhares foi preso na cidade de Eunápolis, extremo sul da Bahia.

Kennedy já tinha passagem pela polícia pelos crimes de porte ilegal de armas, tráfico de drogas e por violência doméstica. De acordo com o delegado João Paulo Amazonas, responsável pelo caso, existia um relacionamento abusivo.

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