Traficante paraibano é preso em megaoperação no Rio de Janeiro que deixou 64 mortos e 81 presos

29 out 2025 - Paraíba

Traficante paraibano é preso em megaoperação no Rio de Janeiro que deixou 64 mortos e 81 presos — Foto: Divulgação

O traficante paraibano Damião Barbosa, de 50 anos, foi preso nesta terça-feira (28) durante uma megaoperação policial contra o Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro, que deixou 64 mortos e resultou em 81 prisões nas comunidades dos complexos do Alemão e da Penha. A informação foi confirmada pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco).

De acordo com o delegado Diego Beltrão, Damião é considerado um dos integrantes da alta cúpula do Comando Vermelho na Paraíba, com forte ligação ao principal líder da facção no estado. Ele estava foragido e escondido em comunidades cariocas, segundo informações obtidas pela inteligência da Polícia Civil da Paraíba.

Natural de Araçagi, no Brejo paraibano, Damião possuía dois mandados de prisão em aberto. O primeiro, expedido pela Comarca de Sapé (PB), refere-se à condenação por tráfico e associação para o tráfico, com pena de 5 anos e 6 meses de prisão. O segundo, emitido pela Comarca de João Pessoa, inclui os mesmos crimes, acrescidos de roubo qualificado, totalizando 30 anos de reclusão em regime fechado. Ainda não foi definido se o preso será transferido para um presídio na Paraíba.

Megaoperação no Rio de Janeiro

A operação desta terça-feira integra a Operação Contenção, uma ação permanente do governo do Rio de Janeiro para combater a expansão do Comando Vermelho em territórios fluminenses. Ao todo, 2.500 agentes das forças de segurança participaram da ofensiva, que tinha como meta cumprir quase 100 mandados de prisão.

Durante a chegada das equipes, no início da madrugada, houve intensa troca de tiros, barricadas em chamas e uso de drones com explosivos por parte dos criminosos. Segundo a Polícia Civil, 60 suspeitos morreram em confronto, além de quatro policiais — dois civis e dois militares.

Entre os presos estão Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como Belão do Quitungo, apontado como um dos chefes regionais do CV, e Nicolas Fernandes Soares, suposto operador financeiro do alto comando da facção.

A operação também resultou na apreensão de 93 fuzis, 2 pistolas e 9 motocicletas.

Com os confrontos, escolas e postos de saúde das comunidades afetadas não abriram nesta terça-feira. Pelo menos três pessoas inocentes ficaram feridas, incluindo um homem em situação de rua atingido por bala perdida e uma mulher baleada dentro de uma academia.

O secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, afirmou que a ação foi “planejada e necessária”, ressaltando que 280 mil pessoas vivem nas áreas afetadas. “Lamentamos profundamente as pessoas feridas, mas essa é uma ação planejada com inteligência, que vai continuar”, disse.

A Defensoria Pública da União e a Anistia Internacional criticaram a letalidade policial da operação e cobraram investigações independentes sobre as mortes.

O POVO PB

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