Empresário condenado por golpe de R$ 120 milhões com hortaliças vai cumprir pena em prisão domiciliar na Paraíba
28 out 2025 - Paraíba
Empresário Jucélio Pereira de Lacerda foi preso suspeito de atrair investimentos em hortaliças e dar golpe de mais de R$ 120 milhões — Foto: Hort Agreste Hidroponia/Divulgação
Jucélio Pereira de Lacerda, dono da empresa Hort Agreste, foi condenado a 7 anos e 5 meses de prisão e vai cumprir a pena em regime semiaberto domiciliar, monitorado por tornozeleira eletrônica, conforme decisão da juíza Andrea Arcoverde, do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB).
A determinação foi publicada no sábado (25), e concede a Jucélio o direito de progredir do regime fechado para o semiaberto, com autorização para trabalho externo. O Ministério Público da Paraíba (MPPB) se manifestou favorável à progressão.
O empresário está preso desde 7 de fevereiro de 2024. Em setembro, o colegiado da Câmara Criminal do TJPB havia mantido a condenação dele e de outros dois acusados pelo chamado “golpe do tomate”, que causou prejuízo estimado em R$ 120 milhões.
Progressão de regime
Segundo a juíza Andrea Arcoverde, Jucélio cumpre os requisitos legais para a progressão de regime, como:
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Cumprimento de mais de 16% da pena;
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Bom comportamento carcerário;
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Ausência de novas condenações ou mandados de prisão ativos.
Além de autorizar o trabalho externo, a decisão impõe medidas restritivas típicas da prisão domiciliar.
Condições impostas pela Justiça
O empresário deverá seguir uma série de determinações enquanto estiver em prisão domiciliar:
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Recolhimento domiciliar diário das 20h às 5h, e aos sábados a partir das 13h, incluindo domingos e feriados;
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Proibição de sair da Região Metropolitana de João Pessoa sem autorização judicial;
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Proibição de portar armas, ingerir bebidas alcoólicas ou frequentar bares e festas;
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Obrigação de indicar três telefones para contato e comunicar qualquer mudança de endereço;
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Proibição de violar ou danificar a tornozeleira eletrônica;
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Comparecimento mensal à penitenciária até a instalação do equipamento de monitoramento.
O diretor financeiro da Hort Agreste, Nuriey Francelino de Castro, segue preso, enquanto Priscila dos Santos, esposa de Jucélio, responde em liberdade.
O golpe do tomate
De acordo com o Ministério Público, o grupo montou um esquema de investimentos fraudulentos em cultivo de hortaliças hidropônicas — verduras cultivadas sem solo, apenas com água e nutrientes.
Os suspeitos prometiam lucros muito acima do mercado, alegando que o investimento ajudaria a financiar os custos elevados da produção. Entretanto, os rendimentos não eram pagos aos investidores quando os prazos terminavam.
O empreendimento estava localizado na zona rural de Lagoa Seca, próximo a Campina Grande, e movimentou cerca de R$ 120 milhões.
Segundo relatos de vítimas, Jucélio prometia “retornos mágicos” e lucros garantidos, oferecendo rendimentos de até 10% ao mês, além de participação de 30% nos lucros ao fim do contrato. Um dos denunciantes afirmou ter investido R$ 180 mil em outubro de 2023, sem receber nenhum retorno desde novembro do mesmo ano.
O MPPB denunciou Jucélio Pereira, Priscila Santos e Nuriey Francelino de Castro por estelionato majorado em fevereiro de 2024. Todos se tornaram réus no mesmo mês.
O POVO PB
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